Uma reflexão sobre racismo vinda de um jovem branco de classe média. Em 1888, o dia da abolição legal da escravidão. Legal no sentido literal, de legislação. A partir de então, era proibido por lei manter pessoas — leia-se, negras e negros — escravizadas. Em 1890, brota o Código Penal…

Fatalismo apocalíptico pós doses de estudos ansiolíticos. O texto abaixo foi escrito em por volta de setembro/outubro de 2019 durante minhas últimas matérias — ou cadeiras, como diriam os mais velhos — da faculdade. À época eu fazia um seminário de economia ambiental concomitantemente (eu adoro essa palavra) a um…

Depressão, masculinidade tóxica e caos social. Essa poesia eu dedico aos Guilhermes de minha vida. De Oliveira, pelo companheirismo, amizade e, sobretudo, cumplicidade. No ambiente masculino, tão tóxico, julgador e por vezes sufocante, pessoas como você me fazem crer numa masculinidade saudável. Ziggo, ou Gordo, pelos papos recentes e pelas…

Hoje eu saí pra gravar skate depois de sei lá quanto tempo. E eu percebi um brilho diferente no olho das pessoas. Eu não sei ao certo se antes eu é quem não reparava no prazer que todos sentimos e compartilhamos durante esses rolés, e transmitimos essa satisfação através do…

Cinzas voando pelos cantos Cheios vazios, copos pessoas Pés, mãos, almas entrelaçadas Dos pássaros, crepúsculo, os mais belos cantos Dúvidas e incertezas, deslizes O empirismo, da experiência Do ser humano um belo encanto A vida, por mais bela, no entanto Nada mais, causa um desencanto

Calosas, sujas, encardidas Estão, como deveriam ser, Do criador as mãos e pulsos Mera marca d’água num corpo De cicatrizes desde o nascimento repleto Inconsciente criativo A consciência humana rapta Necessidade de mudança O homem transforma num ser instintivo Desenho, pintura, fotografia Da vida expressões melhores que a fala Arquitetura, escultura, cinematografia Na alma humana uma linda mandala Sucateada A arte rebaixada ao nível de latas Antes repletas de Babilônia líquida Nós, de nós mesmos, sucata

Cabisbaixa multidão Amontoada, taciturna Mutualidade na solidão Insatisfação com a urna Pra lá e pra cá Murmúrios tímidos Num mar de gente De rostos sumidos Engolidos Pelo todo circundante Como escapar? Dessa Realidade sufocante Intensa e amarga Como o café matutino Complexidade descarga De horror ao destino Ainda que inefável Assombra-nos todo dia E nessa cotidiana melancolia Em chumbo o ar se transforma Autoflagelo inescapável Fujo para os vales e serrania

Abre-te pro teu próprio sangue Compartilha desse sentimento Da raiz do teu ser unânime Falta-te o pertencimento A algo maior que si própria Não miçanga ou areia Mas ascendência, parece besteira, E fraternidade sólida Não almejo que te faças entender Ao menos não por ora Somente que possas ascender Alcançar a plenitude. Agora…

Profundo verde mar Sob castanhas ondas Semblante radiante És tu bipolar? Indecisão, apenas, então? Completa confusão Mental Intrínseca a mim Dúvidas aquém do normal Superficial Ou temor a um Envolvimento supra carnal? Entre quatro paredes Incontáveis copos e gentilezas Lábios cheios de sede Artes, tragadas, palavras Suplico-te, veja! Não és da liberdade inimigo Nem para o convívio perigo Satisfar-se-ia em ser Apenas um ombro amigo